quinta-feira, 14 de maio de 2009

Esta 'tá boa...

Há coisas ridículas neste país, e esta, de que tomei conhecimento hoje de manhã, é das mais ridículas que ouvi nos últimos tempos. Aparentemente há uma Escola de 2.º e 3.º Ciclos no Pinhal Novo que adoptou um código de vestuário que proíbe alunos/as e funcionários/as (docentes e não docentes) de, entre outras coisas, usar calças de cintura descaída, decotes, "tops" e mini-saias. Podem consultar a notícia aqui: Notícia em "Fábrica de Conteúdos".
Este código de vestuário foi aprovado em Assembleia de Escola, contando com o apoio de docentes, encarregados/as de educação e alunos/as. Bom, eu tenho alguns problemas óbvios com este tipo de restrições, porque acho que são meio caminho andado para códigos de conduta fascizantes. Mas o que mais me chocou nesta história foram as razões apresentadas, em entrevista à RTP, pela Presidente do Conselho Executivo para a adopção destas medidas. E passo a citar:

Segundo a responsável, «um professor sentiu-se incomodado por conseguir ver as cuequinhas de uma menina, devido à mini-saia muito curta que ela vestia».

A presidente do Conselho Executivo refere ainda uma situação ocorrida na época do Euro 2004 em que um rapaz apareceu «pintado da cabeça aos pés».

A questão que, para mim, se levanta é: o senhor Professor em questão, não tinha outro sítio para onde olhar que não fosse para o entre-pernas da menina?
Desculpem-me, mas este tipo de argumento, na minha opinião, está ao mesmo nível daquele que considera que as mulheres são vítimas de violência sexual porque se vestem de forma provocante. Mas que é isto, somos todos bichos, agora?! Um homem não pode ver uma mulher de mini-saia (ou pior, uma criança de mini-saia) que fica possuído por alguma espécie de instinto predatório?! Tenham juízo, meus/minhas senhores/as...
Por outro lado, outra das razões que, supostamente, está por detrás desta decisão, tem a ver com o acumular de queixas relativamente a jovens do sexo masculino que apalpam colegas do sexo feminino. Eu, sinceramente, penso que esta questão merece o mesmo tipo de reflexão que a anterior, mas, se me permitem, eu gostaria de lembrar que as crianças e os/as jovens não são seres assexuados. Preferencialmente iniciarão as suas vidas sexuais quando atingirem alguma maturidade física e psicológica, mas isso não significa que andem numa espécie de suspensão criogénica até aos dezoito anos, e que um dia, de repente, acordem, e descubram que são homens ou mulheres com impulsos sexuais. É normal!!! As crianças e os/as jovens têm jogos de sedução: fazem-no com os/as pais/mães, com os/as professores/as, com os pares. Sexualidade não é acto sexual... As crianças e os/as jovens descobrem-se como indivíduos e como homens ou mulheres através destas brincadeiras em que se tocam, se provocam, se testam a si próprios/as e aos/às outros/as. Quanto mais envolta em vergonha se tornar a descoberta na sexualidade, mais incapazes de intimidade física e emocional se tornarão estes indivíduos, que hoje são crianças a brincar aos apalpões, mas amanhã serão homens ou mulheres à procura de amor.
Tenham juízo... Cresçam... E deixem estes/as miúdos/as crescer em paz...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Apanhei um Gumby(zino)!!

Ainda existem espécimes desta estirpe que julgava há muito extinta...! E encontrei um na passada terça-feira, em plena Avenida dos Aliados, sob um escaldante sol de Maio, clima por excelência propício à exibição da espécie:


Para quem não sabe o que é um Gumby, e deseja assumir de uma vez por todas que andou, até hoje, a desperdiçar o seu tempo de existência no planeta Terra, faz favor de ir aqui. Deixo também uma das raras imagens de uma manada de Gumbys no seu habitat natural:



E ainda me perguntam porque é que eu gosto de viver no Porto... LoL

domingo, 22 de março de 2009

Há coisas que me deixam (co)movida...

...e esta é uma delas: Susi « O Caderno de Saramago

Haja dignidade, sejamos dignos/as, façamos da Terra um sítio mais dignificante, para eles/as e para nós.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O meu avô


Descobri esta fotografia no fim-de-semana passado. Não a conhecia, nem tem data, mas deve ter uns seis, sete anos. Nem dá para acreditar que já passaram quatro anos e meio desde que este sorriso deixou de preencher os meus dias...
É o meu avô. É assim que me lembro dele. Aquela roupa, aqueles chinelos, a bicicleta, os pássaros. Aquela casa e aquele quintal onde passava tantas horas. Às vezes ouço, lá num cantinho perdido da memória, ele a chamar por mim. O tempo começa a apagar certas lembranças... Lembro-me da voz dele a pronunciar certas palavras, certas expressões que usava muitas vezes, a maneira como assobiava enquanto se entretinha com alguma das suas intermináveis tarefas. Quando vou na rua, por vezes reconheço em alguém o cheiro do after-shave que ele usava. De outras coisas já não me consigo lembrar.
Tenho duas cassetes audio, com gravações da voz dele. Uma data de quando eu tinha um ano e meio de idade. Outra de bem mais tarde, de uma entrevista que a minha mãe lhe fez a propósito da experiência do serviço militar em Macau, cerca de 2001. Desde que o meu avô morreu, já por diversas vezes tive intenção de pegar nessas gravações, mas até hoje não fui capaz. Não sei se algum dia serei. Já o disse muitas vezes, mas de facto é o que sinto, é uma dor que nunca morre. Uma saudade que nunca mais poderei superar. Um nó na garganta e os olhos marejados de lágrimas, sempre que me lembro dele. Sempre.
Era o meu avô. Tenho saudades. Penso que terei sempre. Ficou tanto por viver, por dizer. Tantos beijos e abraços, palavras meigas, suspensos para sempre. O meu avô a dizer o meu nome... até quando conseguirei lembrar-me?
A vida hoje dói.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Life, the Universe, and everything


Não é porque os momentos são importantes que as coisas acontecem; é porque as coisas acontecem que os momentos se tornam importantes.

Fiz uma tatuagem.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Remember the good old days...


...quando andávamos sem casaco e sem guarda-chuva, apanhávamos as maiores molhas, e andávamos sempre aí a vender saúde? Pois é... Esse tempo acabou para mim! Agora nem com suplementos vitamínicos, agasalhos e alimentação cuidada; chega o frio e é fatal, a bela da gripe... Sou uma pessoa reduzida a chá e aquecedor...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

My day as a princess

...Ou como disse a minha amiga Cátia, perante a incansável parelha de mini-assistentes que disputava a cauda do meu vestido de cada vez que eu pensava em mexer-me: "Tens a noção de que hoje, para eles, és a Floribella?"
:D