sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Destino: Espanha

Saímos de Braga às 07:00h do dia 10 de Agosto, com destino marcado: Santander. Uma vez que este ano as férias foram forçosamente mais curtas, atendendo ao facto de nos termos envolvido num trabalho que se prolongou até ao início do mês de Agosto (para lá do dia dos meus anos, que, normalmente - ou seja, em 23 anos de vida - me encontra já em pleno período de descanso), decidimos embarcar numa aventura, que resultou de uma série de coincidências agradáveis. O Paulo dizia que gostava muito de fazer uma viagem grande comigo; eu gostava muito de regressar a Santiago de Compostela (onde tinha estado pela última vez há cerca de 8 anos), onde ele nunca tinha estado; durante este último ano lectivo, tivemos a sorte de conhecer um amigo alemão e uma amiga espanhola que o destino quis juntar, e que as circunstâncias colocaram em Santander (terra natal dela) durante o mês de Agosto. Bem vistas as coisas, decidimos que era altura de nos fazermos à estrada, para desenferrujar o Peugeot 504 de 30 anos que tinha passado o último ano e meio a fazer um lifting profundo.


Seguimos em direcção a Espanha, cruzando a fronteira em Valença. Optámos por tornar a viagem o mais económica possível, uma vez que sabíamos de antemão que teríamos de suportar custos de alimentação e combustível ao longo de toda a viagem, e alojamento em Santander. Apesar de termos feito a maior parte do percurso até ao destino por auto-estrada, tivemos a sorte de utilizar sempre auto-estradas sem portagem, sendo de salientar o excelente estado de conservação das vias (mesmo no caso das estradas nacionais) e da envolvente das estradas, minimamente beliscadas pela franca afluência de trânsito em algumas zonas.
Depois de algumas complicações menores com saídas e entradas de algumas cidades, mas sem precalços de maior, chegámos a Santiago de Compostela cerca das 12:00h (hora espanhola). Tal como me lembrava, há oito anos atrás. Muita gente, muita vida, muita(s) História(s). Uma cidade onde o tempo parou num momento mágico, e que nos convida a parar e apreciar, simplesmente. Almoçámos por lá; embora eu fosse com a ideia dos calamares e o Paulo das tortillas, acabámos a comer bife com batatas fritas e a pagar 1,20 euros por café. Enfim, é Santiago, valha-nos isso...




Depois das 15:00h, a N-550 foi a nossa melhor amiga, até chegar à costa norte e sentir o vento potente do Mar Cantábrico. É Atlântico Norte, não há dúvida. Estávamos em Ribadeo e parámos para abastecer; já tinha saudades de ver a bomba a marcar mais litros do que euros...! Depois, foi só desfrutar a paisagem até ao destino: do lado esquerdo, o mar em baías, cabos, portos e enseadas; do lado direito, o Parque Nacional dos Picos da Europa a dar os primeiros ares da sua graça. Há que referir o sucesso que o carro foi fazendo ao longo da viagem, principalmente quando as matrículas portuguesas passaram a ser uma miragem (mais ou menos a partir da entrada nas Astúrias), havendo até quem se virasse para trás depois de ultrapassar, para apreciar bem o espécime.


Chegámos a Santander cerca das 21:30h, e parámos ao lado do estádio do Racing. A entrada da cidade, plena de prédios de habitação, levou-nos a temer que a expectativa se cumprisse: não conhecíamos absolutamente nada de Santander, nem sequer sabíamos que ficava mesmo na costa, em alguns momentos julgámos que iria ser uma desilusão, quando finalmente chegássemos ao fim da longa viagem. No entanto, depois do túnel, veio a revelação: é uma cidade costeira, em todo o seu esplendor. Praia, passeios marítimos, parques, uma longa e movimentada marginal, muita (muita!) gente. Conseguimos alugar um quarto com quarto de banho por 36 euros por noite, o que foi uma sorte sem tamanho, uma vez que rapidamente chegámos à conclusão que a desconhecida Santander é realmente um verdadeiro destino turístico, e logo no dia seguinte verificámos que muitos hóteis afixavam já cartazes de "esgotado".
Decidimos falar sempre em Português, e safámo-nos. Quisemo-nos poupar, e aos espanhóis e às espanholas, de constrangimentos que sempre resultam da presunção de se saber falar num idioma tão (ou tão pouco) parecido com o Português. Apenas claudicámos nos agradecimentos, que saíram sempre em forma de "muchas gracias", mas a amabilidade retribui-se com amabilidade. Parecendo que não, é mais bonito dar graças do que ser "obrigado/a".
Gostámos muito, e pretendemos voltar. Porque "uma imagem vale mais que mil palavras", aqui fica Santander "em fatias" de luz e de cor, e a promessa do relato da viagem de regresso no próximo post.
Boas férias!







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