Como se guardasses um segredo. Como se tivesses coragem de olhar para além daquilo que vês. Como se soubesses coisas que ainda não podem ser, não agora.
Aquece-me as mãos. Aperta-as nas tuas, com força, como se quisesses parar o tempo com os dedos entretecidos. Como se te desligasses, e pudesses ser vácuo. Como se deixasses de ter um rosto, uma identidade, como se pudesses arrancar todas as folhas escritas e começar o livro de novo. Como se fossemos livres.
Um som que só tu podes ouvir. Uma língua inventada por nós. O silêncio. Respirar fundo, fechar os olhos e deixar que todas as perguntas ardam no lume lento da vida a acontecer. Consegues sentir? O futuro, e nós sentados na areia molhada a sorrir por causa daquelas ondas minúsculas a fazerem-nos cócegas nos pés. O sal a secar na pele e a deixar-nos riscos brancos que se desfazem em pó quando me abraças. Como se fossemos leves.
Como se aquilo que dizemos não tivesse peso, não apagasse a faísca dos nossos olhares a cruzarem-se sem querer e a recitarem tratados sobre o amor em milésimos de segundo.
Como se acordasses a meio da noite para ver se ainda respiro, se ainda sou tua, e me pousasses a mão sobre o peito, suave. Como se quisesses morder a minha gargalhada desbragada, soluçada. Como se respirasses devagar na curva do meu pescoço.
Como se apagássemos a luz e o quarto se tornasse infinito, do tamanho do mundo, do tamanho do tempo. Como se pudéssemos desfocar a lente com que olhamos a vida, até só haver lugar para o estranho, o diferente, o impossível.
Como se me desses um sorriso dos teus. Daqueles, tu sabes.
Aquece-me as mãos. Aperta-as nas tuas, com força, como se quisesses parar o tempo com os dedos entretecidos. Como se te desligasses, e pudesses ser vácuo. Como se deixasses de ter um rosto, uma identidade, como se pudesses arrancar todas as folhas escritas e começar o livro de novo. Como se fossemos livres.
Um som que só tu podes ouvir. Uma língua inventada por nós. O silêncio. Respirar fundo, fechar os olhos e deixar que todas as perguntas ardam no lume lento da vida a acontecer. Consegues sentir? O futuro, e nós sentados na areia molhada a sorrir por causa daquelas ondas minúsculas a fazerem-nos cócegas nos pés. O sal a secar na pele e a deixar-nos riscos brancos que se desfazem em pó quando me abraças. Como se fossemos leves.
Como se aquilo que dizemos não tivesse peso, não apagasse a faísca dos nossos olhares a cruzarem-se sem querer e a recitarem tratados sobre o amor em milésimos de segundo.
Como se acordasses a meio da noite para ver se ainda respiro, se ainda sou tua, e me pousasses a mão sobre o peito, suave. Como se quisesses morder a minha gargalhada desbragada, soluçada. Como se respirasses devagar na curva do meu pescoço.
Como se apagássemos a luz e o quarto se tornasse infinito, do tamanho do mundo, do tamanho do tempo. Como se pudéssemos desfocar a lente com que olhamos a vida, até só haver lugar para o estranho, o diferente, o impossível.
Como se me desses um sorriso dos teus. Daqueles, tu sabes.