quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

A minha primeira resolução de Ano Novo é...

...não fazer resoluções. Não percebo todo o "burburinho" à volta deste assunto; aparentemente até é um tema susceptível de inspirar peças jornalísticas. De há uns anos para cá, parece que passou a ser moda entrevistar gente na rua, em vésperas de passagem de ano, de forma a auscultar quais os seus projectos e promessas a cumprir durante o ano que se avizinha.
Este ano ouvi coisas especialmente interessantes (além das habituais "fazer dieta" ou "inscrever-me no ginásio"), como uma senhora que dizia que uma das suas resoluções de Ano Novo era encontrar um namorado. Eu acho bem, nada contra. É tão válida como resolver ganhar o Euromilhões ou instaurar a paz no Médio Oriente. Sou completamente apologista da auto-determinação e do poder da vontade individual, mas sejamos realistas: há coisas que não vale a pena resolvermo-nos a fazer, porque estão fora da nossa área de influência.

Acho que fazer listas de tarefas a cumprir é meio caminho andado para transgredir essas obrigações. Uma coisa é ter uma agenda e apontar algumas datas incontornáveis (consultas ou exames médicos, datas de exames ou entregas de trabalhos, datas de eventos onde vamos participar...). Outra coisa completamente diferente é definir aquilo que temos de fazer durante um ano inteiro, sem consideração pelos timings certos de cada projecto, cada situação, cada pessoa que vai cruzar o nosso caminho ao longo daqueles 365 ou 366 dias.

E é certinho que vamos chegar ao fim desse ano e sentirmo-nos um fracasso, porque os projectos, as situações e as pessoas não esperaram por nós, nem pela nossa lista, e provavelmente deixámos passar excelentes oportunidades, por estarmos apenas preocupados/as com aqueles objectivos que definimos no início de um ano sobre o qual ainda não sabíamos nada.

Há que ser flexível, em relação a nós mesmos/as, aos/às outros/as e à vida. Hoje estamos aqui; e amanhã? Alguém sabe? Alguém tem absoluta certeza de onde/a fazer o quê/com quem vai estar amanhã? E depois? E depois? E se a vida resolver passar-nos a perna?

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